Pé de feijão para chamar de meu

Mudar de casa é sempre uma oportunidade de repensar a vida. Iluminar e arejar todos os cômodos, cantos e armários do lugar que deixa, e fazer o mesmo no local para onde se vai. Esse movimento gera os mesmos efeitos dentro da gente – ainda que essa não seja nossa vontade, a psique acessa aqueles compartimentos há anos esquecidos; e isso é muito bom, afinal, não pode haver quartos abandonados na casa da alma.

Passei por todo esse processo nas últimas semanas, e posso dizer que foi muito proveitoso colocar essa roda para girar. Entre um turbilhão de coisas materiais e imateriais que foram descartadas, regatadas ou redirecionadas, tive oportunidade de olhar para minhas plantas de uma forma como há muito não fazia.

Quando saí da casa da minha família para essa ultima casa onde morei, não tinha nem um pé de feijão para chamar de meu. A falta que isso fez foi instantânea: nem todas as cortinas, tapetes, enfeites, mantas e enxovais do mundo poderiam dar a atmosfera de lar a uma casa sem plantas, principalmente quando se vive numa cidade tão excessivamente urbanizada e cimentada como São Paulo.

Aos pouquinhos, fui resolvendo o problema. De primeira, decidi cultivar ervas aromáticas ligadas à proteção, como arruda, guiné, manjericão, abre-caminho, espada-de-são-jorge, pimenta, comigo-ninguém-pode, alecrim e alfazema. Além de dar uma energia gostosa à minha casa, eu sempre recorria ao “macumbal” (apelido bem-humorado que eu dei para os canteiros que tinham essas plantas) para pegar um temperinho para a comida, ou tomar aquele banhão de limpeza energética depois de uma semana difícil. Também guardava as podas dessas plantas para secá-las e queimar como incenso. Devagar fui somando flores como o lírio-da-paz e o antúrio, e medicinais, como cânfora e guaco.

A recente mudança para um apartamento a princípio me preocupou. Achei que não iria conseguir acomodar tudo, que elas não teriam oferta suficiente de luz, e mil outros empecilhos. Acabei tendo que me desfazer apenas do guaco, que é uma trepadeira, e não teria por onde se desenvolver. Quanto às outras, fiz uma pesquisa básica sobre iluminação e as distribuí na sala, cozinha, área de serviço e até no banheiro, conforme as necessidades de luz de cada uma. Descobri muita coisa legal nas pesquisas. E recomendo a mesma atitude para você.

Sou Ângela Arraya, repórter dos Guias de Plantas, Flores e Frutas e da revista de Pilates da On Line Editora. No Portal Decoração, você encontra uma matéria bem completinha sobre quais espécies você poderá manter em casa e as condições ideais para elas. Clique aqui para ler. A foto que ilustra este post é de Sidney Doll.

Quer comentar alguma coisa comigo ou pedir alguma dica sobre plantas, escreva para angelaarraya@editoraonline.com.br

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